Não.
Mais uma lenda vai ao chão.
A soma das riquezas do Brasil é também fruto de grandes conglomerados que proporcionalmente contratam poucos trabalhadores, ou já os demitiram em massa. Ou ainda os que simplesmente não precisam deles, caso do mercado financeiro.
Para as finalidades matemáticas e contas nacionais, o PIB reage e oferece uma luz no fim do túnel. Para a realidade prática, a tal luz não existe hoje.
As micro e pequenas empresas são responsáveis por mais de 95% do volume de negócios do país. Em geral, elas criam em torno de 70 a 75% dos empregos formais. Hoje, ou melhor, há anos, mas especialmente a partir deste desgoverno, elas estão esmigalhadas. Muitas foram fechadas e não vão reabrir. Outras operam com nenhum funcionário contratado ou muito poucos, e aí está o problema: o dinheiro se concentra na elite e não circula. Se você tem renda de 10 mil reais e eu nenhuma, a nossa renda per capita é de 5 mil reais, mas eu continuo passando fome. Multiplique esse cálculo por milhões e aí se entende o drama.
Nada é feito no Brasil em termos de geração de emprego e renda reais. Com e sem pandemia, o Governo Federal vai terminar o terceiro ano em total estagnação sobre a questão do emprego, repetindo falácias tão estúpidas e mentirosas como as célebres "a reforma trabalhista vai gerar mais empregos" ou "a reforma da previdência vai gerar mais empregos". O máximo que o desgoverno produziu foi jogar para a informalidade milhões de pessoas em aplicativos de entrega e transporte, sem garantias, com imensas jornadas de trabalho e cada vez mais longe de seus trabalhos e formações de origem, em muitos casos.
É claro que a crise energética tende a piorar as coisas, com a população economicamente enforcada tendo que pagar tarifas cada vez mais altas de luz.
Bem-vindos a 1921.
@pauloandel
Nota: Informação da jornalista Miriam Leitão aponta que, apesar do empate percentual de 14,7% no gráfico abaixo, o desemprego aumentou em mais de 500 mil postos na última medição...
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