Torci como nunca por esta volta: sou fã da banda desde o seu começo, começo mesmo, quando tocavam na antiga boate Holigay da rua do Passeio: voltávamos do Maracanã e lá tinha um quadrinho na porta, escrito com giz. Depois, ficamos como loucos procurando no FM aquela música que até o Ney Matogrosso tinha gravado. O resto todo mundo já sabe: a irresistível pegada rock + blues + MPB vindas de um de seus melhores conjuntos - no coração de todo mundo antes da Legião, dos Paralamas, de geral. De lá para cá já se foram mais de trinta anos, perdas, enganos, vitórias e uma trajetória foda.
Torci porque sou torcedor do Barão. Vi Cazuza, já conhecido, fazendo loucuras na Ataulfo de Paiva e pouco se importando com a fama. Uma vez conversei com Frejat no ponto de ônibus da rua Figueiredo Magalhães. O poeta Mauro Santa Cecília é de uma simpatia a granel nas redes sociais. Volta e meia eu via o Peninha no supermercado. Podia falar também do meu grande amigo Xuru, da minha amiga Manuela, mas isso tudo seria pequeno diante do principal: o Barão tinha o direito - e até o dever - de prosseguir na carreira musical, sem Cazuza, sem Frejat, com todo o respeito ao gigantismo destes nomes. Quem é que tem que dizer quando uma banda de rock deve acabar? A própria banda e mais ninguém.
Não conheço o trabalho de Suricato, mas não há nenhuma importância dele ter vindo de outra banda, de um reality show, o que quer que seja - o grande Yes faz isso há anos e todos acham ótimo. A única coisa que importa é a qualidade e mais nada. O show do Circo tem recebido os maiores elogios possíveis.
O Queen não pode nunca mais tocar porque Fred Mercury morreu? Se Jagger ou Richards falecerem, o sobrevivente terá que decretar o fim dos Stones? Façam-me um favor... Deixem os artistas trabalhar! Ouve quem quer, vê quem quer e pronto. Amigos: Maurício Barros, Guto Goffi, Fernando Magalhães e Rodrigo Santos. Em NENHUM lugar do mundo uma banda com tais integrantes seria desestimulada a um retorno, exceto por quem comenta música sem conhecer do assunto.
Bom demais saber que o Barão Vermelho está de volta. Vivo, feliz, com as pequenas cicatrizes de uma grande história, com toda a vida pela frente - é que o tempo não para, uma pena. Que saudade daqueles 1982/1983. Mas ainda há muito a fazer.
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