i
eu quero apenas canções de amor
canções de amor apenas
canções de amor, um novena
e algum torpor enquanto
o tempo decola e aterrissa
sem qualquer rancor
canções de amor apenas
canções de amor, um novena
e algum torpor enquanto
o tempo decola e aterrissa
sem qualquer rancor
ii
quinze sóis estupefatos e lancinantes
festejam o amor
um mendigo embriagado na marquise
da avenida chile
relembra o amor
dois casais adúlteros sussurram
e gozam
e redescobrem o amor
alguma coisa entorpece
meu pensamento e embaralha
algum sentimento que parece
condizer com amor
iii
a cama e seu gentil lençol
azul abrigam com carinho
uma página impressa
e teu retrato em branco
e preto: amor de outrora
amor de agora, visceral
um rosto lindo e um nome
redondo mais alguma
sobriedade que me
enche de tesão:
é o gris! é a cor do gris!
tudo conforme o verão
quando vira azul
cintilante
iv
e agora que você nunca
mais vai estar aqui,
percebo porque nunca
esteve: eu não sou
teu sonho, delírio
não sou teu armistício
ao prazer – mas estou
longe de mágoa: só
lamento que o nada
vença, o nada seja
o pódio, o nada ganhe
a medalha de ouro
da eternidade
v
neste lençol azul
quem dorme não me
apetece, quem goza
não me sacia e o
hiato
feito pela tua ausência
remete ao silêncio
de mil cemitérios:
passos da ribalta
e uma bailarina celebra
sua última dança
a última canção
romântica até os grandes
aplausos e discreto
adeus
vi
festejam o amor
um mendigo embriagado na marquise
da avenida chile
relembra o amor
dois casais adúlteros sussurram
e gozam
e redescobrem o amor
alguma coisa entorpece
meu pensamento e embaralha
algum sentimento que parece
condizer com amor
iii
a cama e seu gentil lençol
azul abrigam com carinho
uma página impressa
e teu retrato em branco
e preto: amor de outrora
amor de agora, visceral
um rosto lindo e um nome
redondo mais alguma
sobriedade que me
enche de tesão:
é o gris! é a cor do gris!
tudo conforme o verão
quando vira azul
cintilante
iv
e agora que você nunca
mais vai estar aqui,
percebo porque nunca
esteve: eu não sou
teu sonho, delírio
não sou teu armistício
ao prazer – mas estou
longe de mágoa: só
lamento que o nada
vença, o nada seja
o pódio, o nada ganhe
a medalha de ouro
da eternidade
v
neste lençol azul
quem dorme não me
apetece, quem goza
não me sacia e o
hiato
feito pela tua ausência
remete ao silêncio
de mil cemitérios:
passos da ribalta
e uma bailarina celebra
sua última dança
a última canção
romântica até os grandes
aplausos e discreto
adeus
vi
vamos sonhar
numa tensão romântica
metafórica
que visite nosso deleite
numa praça de julho
e cantar e cantar
até que o beijo nos
faça retrato e o amor
nos desnude em rosa
dos ventos
vii
já te falei hoje que te amei?
e que te desejei dois mil dias
de sete anos?
se não falei, é porque estava
tão escrito e dito e óbvio
que até os mortos sorriram
ao ler – eles também lampejam
faíscas provocantes de amor
já te falei que sempre te quis?
e precisava?
viii
colo que tanto
dorso que percebo
e sugere âmbar
face que desafia meu rancor –
rosto e dorso nus
minha alvorada e um tesão:
aceite este amor
em forma de carícias
e beijos de fazer
estrelas nos céus
até os quinze sóis estupefatos
vibrarem amor -
calor de romper fronteiras
e palavras mudas
mal-escondidas!
coro que te quero à chama
louro olhar que me
inflama, licor aos lábios
e olhar de ametista a reluzir
no ocidente
ix
nunca mais fui
tão novo e pareço
tão tolo porque
ainda te amo
ainda te amo
e contra esta perda
não tive nenhum
outro plano
perder o que não sou
perdi o que nunca fui
e nada arranha o
encanto: é que ainda
te amo e escuto
a mesma canção
romântica
enquanto vejo
teus passos precisos
frente à última dança –
são dores
da ribalta d’alma!
andelpauloroberto03092012
@pauloandel
numa tensão romântica
metafórica
que visite nosso deleite
numa praça de julho
e cantar e cantar
até que o beijo nos
faça retrato e o amor
nos desnude em rosa
dos ventos
vii
já te falei hoje que te amei?
e que te desejei dois mil dias
de sete anos?
se não falei, é porque estava
tão escrito e dito e óbvio
que até os mortos sorriram
ao ler – eles também lampejam
faíscas provocantes de amor
já te falei que sempre te quis?
e precisava?
viii
colo que tanto
dorso que percebo
e sugere âmbar
face que desafia meu rancor –
rosto e dorso nus
minha alvorada e um tesão:
aceite este amor
em forma de carícias
e beijos de fazer
estrelas nos céus
até os quinze sóis estupefatos
vibrarem amor -
calor de romper fronteiras
e palavras mudas
mal-escondidas!
coro que te quero à chama
louro olhar que me
inflama, licor aos lábios
e olhar de ametista a reluzir
no ocidente
ix
nunca mais fui
tão novo e pareço
tão tolo porque
ainda te amo
ainda te amo
e contra esta perda
não tive nenhum
outro plano
perder o que não sou
perdi o que nunca fui
e nada arranha o
encanto: é que ainda
te amo e escuto
a mesma canção
romântica
enquanto vejo
teus passos precisos
frente à última dança –
são dores
da ribalta d’alma!
andelpauloroberto03092012
@pauloandel
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