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Saturday, November 05, 2011

MENDIGO

cansado
de sustentar as mãos
espalmadas
enquanto a
indiferença caminha
a passos largos,
entre bolsas e sapatos
rumo à futilidade
dos próximos capítulos

perdido
na rijeza oca
que inunda
o descompromissado,
este tão ocupado
com sua tola vida
a escorrer
feito macarrão
requentado

testemunha
do pleno exercício
do que há de pior
na vida humana:
a hipocrisia,
oxigênio daqueles
que se escondem
atrás de seus deuses
quando não passam
de pobres
diabos
confusos entre o ter
e o não ser -
eles também são mendigos,
mas não percebem ainda
a miséria que significa
o vazio de suas
miseráveis
almas.


Paulo-Roberto Andel, 05/11/2011

1 comment:

Anonymous said...

Miséria da alma... gostei da comparação. Bom poema.