tenho as mãos espalmadas
como se fosse uma rezamas não tenho talento:
desacreditei de falar
com quem não vejo
não sinto
e que nunca esboçou
qualquer preocupação
por mim.
perdi o talento
em falar com paredes de carne
osso
músculo
e hipocrisia.
desliguei as tomadas
e os telefones.
abdiquei das cartas
por ora, minha catarse
é degustar o nada
o vazio
o fim que floresce
e que nada pode deter.
tambores que rufam
destinatários ausentes
alguma patifaria
e nenhuma emoção barata
no que chamam
vida à carne viva
tesa, lúcida
desenfreada
e, mais do que tudo,
harmonicamente
desiludida.
rejeitei a farsa.
PauloRobertoAndel14112011
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