nada que me causasse
imensa alegria
faz algum sentido
neste instante
é que não sei fingir o momento
meu desprezo às aparências
permanece evidente,
tanto quanto meu gosto
por desacatar a futilidade:
não vivo em permanente
carnaval,
minha alma não é gritaria,
nem riqueza,
nem baticumbum prugurumdum -
menos ainda se for
o grande tambom
da vulgaridade.
alguns creem no sorriso
permanente,
na alegria infinita,
no mar e céu e sol
como se todos pudessem
estar ali
num misto entre o ingênuo
e o ridículo:
somos humanos, pois!
a solidariedade há tempos
não é nosso forte!
querem me falar de fraternidade
enquanto defendem
essa-tal-livre-iniciativa?
somos humanos e hipócritas!
está escrito o primeiro
verso da reza de minha cartilha,
que chamo simplesmente
de descrença no outro.
Paulo-Roberto Andel, 11/07/2011
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