DESANOITECE
desanoitece
quando tento
entender as mazelas
do mundo
e vem 
certa alvorada
trôpega
trocando passos
flácidos
entre a esperança
e a ilusão:
ampulheta contra o tempo,
uno frente à multidão
desanoitece
quando me vejo
bicho-homem,
permissivo diante do caos
que se tornou
a extinta fraternidade:
havia uma cidade
em meu bairro, ela 
encolheu e calou
para agora, agora,
viver em solene angústia – 
a dúvida sob fissão.
longe do antes,
exilado no futuro,
por onde navego à vida?
Paulo-Roberto Andel, 04/05/2011
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 comment:
Paulinho, você não existe. Que versatilidade e competência!!!De cronista à poeta, num flash.
Agora "desanoiteceu"...
Beijosss
Post a Comment