Daqui a pouco tempo, o país vai parar como sempre a cada quatro anos, ou a cada ano num fevereiro-março qualquer.
A Copa do Mundo é nossa.
Não se trata do título, evidentemente.
Falo da alegria que milhões de pessoas, preferencialmente as mais humildes, podem ter com cada partida do escrete nacional.
Falo da alegria que milhões de pessoas, preferencialmente as mais humildes, podem ter com cada partida do escrete nacional.
Detesto o militarismo amargo de Dunga e de seu papagaio-de-pirata Jorginho. Esperava mais de dois sujeitos que já levantaram o campeonato mundial como juniores e profissionais. Pessoas menos apegadas a rancores e vinganças. Gente mais gente, se é que me entendem.
Detesto Ricardo Teixeira e tudo que lhe cerca. Mas o futebol brasileiro é muito maior do que eles todos. Muito, muito mais.
Nelson Rodrigues, tão grande quanto o nosso futebol, entendeu bem esse fenômeno décadas atrás quando escreveu a "pátria de chuteiras".
Tomara que dê tudo certo. Mesmo que tudo tenha sido feito com empáfia, arrogância e a medida certa para que dê tudo errado.
E se não der certo como mereceríamos, que ao menos por alguns instantes os brasileiros se sintam um pouquinho felizes, sem a ameaça do neoliberalismo que lhes espera no pós-Copa.
Oxalá.
Paulo-Roberto Andel, 15/06/2010
2 comments:
Paulo, bom dia. É verdade, a copa e o futebol, são quase incompreensíveis. Assisti, outro dia, um seriado brasileiro chamado Conversa Fiada. Ele capturou um personagem torcedor do Sport Club Recife.
Diante das câmaras, ele tascou: "Não gosto do Sport. O Sport é minha religião. É assim que ele é pra mim."
E fazia algum tempo que eu já havia desistido de entender. Esta foi a pá de cal.
Mas é gostoso mesmo é ler o seu texto, sempre bom, sempre antenado e hiperligado. Brax, amigo.
É, rapaz. Realmente, pra quem gosta, o sentimento a respeito do futebol exacerba tudo, precisando até de certa cuidado. Mas é maravilhoso. Todo o agradecimento pelas palavras, chef. Braxx too.
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