eu e minha cara cansada
de tanta gente imersa
na falsidade dos sorrisos fáceis
que não sabem entender madrugada
que não servem gente desamparada
que se prestam ao vazio no meio do nada
eu e minha cara cansada
de frases feitas, arrumadas
e palavras decoradas
que me dizem quase nada
que me espantam pelo enfado,
pose fácil, mal parada
eu e minha cara, minha cansada
d'estampidos virulentos
dos que não respeitam nada,
cansados da maré mansa d'água
eu e o tédio, eu e o reflexo
eu e a contemplação forjada
aos que falam, falam, falam
repetem jogos de jograis
cantam velas e castiçais
põem roupa suja na corda
e não dizem uma só palavra
Paulo-Roberto Andel, 11/09/2007
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