II
Eu não queria ir fundo até o Leme
para recordar o que já não volta -
é que agora sou outra bossa, outro
samba de piano malandrinho
e o que parece tão seguro em mim
choca ligeiro feito mar às pedras:
tudo saudade sem fé.
III
eu e o cedo
cedo
cedo
nem t ã o
breve
que me desvele
eu e o tema
amor de pranto
que não fere:
apenas unguenta.
IV
eis que meço uma assimetria
enquanto alguém remexe
num lixo.
num lixo.
um louva-a-deus?
um deus-dará?
para florescer o céu celeste
da tristeza,
tanto faz.
V
quero mostrar felicidade
enquanto me divirto
ouvindo Nick Cave.
definitivamente
não careço de oposição.
VI
aquela mulher
que me leva às nuvens
e sequer desconfia.
quase sempre surge nua,
lúcida e saborosa
em meu sonho-poema:
um delírio psicodélico
sem sustento
por mais de hora e meia
e gozo lancinante.
aquela mulher
que me oferece desinteresse
não cogita que,
ao pouco longe,
ambiciono sua carne livre
e perfumada,
sua secreção de prazer
líquido e abundante -
eu cogito seu mar de tesão
que não me traz à tona
e, por isso mesmo,
basta ejacular o só!
paulorobertoandel07022011
3 comments:
Ah, fala sério, Paulo! Da onde se tira tanta inspiração?!? Muito legal todos esses aforismos.
Beijos
Queridona,
Acho que baja un caboclo.
Hehehe,
Beijoca.
ola. tudo blz? estive por aqui. interessante. apareça por lá. abraços.
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