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Thursday, April 30, 2009

ESTRICNINA


ligeira, a moça
com seus firmes passos
de juventude à lida

atravessa o boulevard
enquanto
olhares de lascívia
e doçura
escorrem
pelas pedras portuguesas

alguns denotam-lhe
tesão, prazer, perdão,
mas nenhum tem rima -
tão-somente um clima


outros, rejeitados,
sorvem o gosto amargo
da vã desilusão -
é a contramão,
fel à vista,
estricnina


Paulo-Roberto Andel, 30/04/2009

4 comments:

Elika Takimoto said...

"mas nenhum tem rima

tão somente um clima"

Adoro isso!Fico orgulhosa da raça humana quando vejo essas coisas que você faz.

Grande beijo

LK

Nelson Borges said...

E tudo isso captado pelo olhar atento do poeta.
bçs

Dalton França said...

Paulo, como sempre a sua poesia pulsa intensamente instigante.
Grande abraço, menino poeta!

Anonymous said...

AmiGO Paulo,

Dois pesos e duas medidas, não? Fascinante!

Bjs,