O príncipe do samba.
O maior cantor do Brasil, segundo ninguém menos do que João Gilberto.
Roberto Silva deu as cartas nos anos 50 e 60. Depois, como sempre faz, a indústria da música exerceu sua sagrada burrice e o ignorou.
Os shows diminuíram. A mídia sumiu.
Mas o que tem a ver a qualidade de um artista com mídia? Nada.
Roberto Silva foi um dos gigantes da música brasileira.
Quando ninguém mais esperava, lá estava ele em grandes apresentações, com sua voz fantástica, aos 70, 80 e 91 anos, vide abaixo, 2011.
Hoje, Roberto virou obituário. Meia-página em jornal de grande circulação.
Merecia um Segundo Caderno inteiro.
Faleceu com a simplicidade e a discrição de sempre.
Um príncipe, um nobre do samba, daqueles que quando pensamos imediatamente nos vem à tona a imagem de um Paulinho da Viola.
Mas quem disse que um homem morre só porque é enterrado?
A vida de Roberto Silva não se resume ao descanso definitivo no cemitério de Inhaúma.
Ecos do príncipe do samba hão de repercutir para sempre em nossa musicalidade maior.
Numa sala do Leblon, João Gilberto chora.
Mas ninguém vai saber.
Paulo-Roberto Andel, 10/09/2012
@pauloandel
No comments:
Post a Comment