lá fora, a cena é outra
é muda e provocante
enquanto
meu olhar
se faz contemplação
é o caos e a cidade
com suas vielas
alamedas
uma válvula de escape
a barca, a praça
o paço
um sorriso jogado no chão
alguma aflição
sou turista de minha cidade
meu coração em paixão
tateia sobre o cinza insone
parece que se sente em vão
fustiga um impreciso enorme
num par afável para solidão
cara de cão
açúcar no pão
e um deus de pedra
com o mundo
a seus pés
a cátedra e os quartéis
um cântico de fé
para missionários e fiéis
lá fora, a cena é minha
eu escrevo os personagens
as falas, os papéis
tudo imagina cinema:
o tom e o timbre
a foto e a luz
ninguém me diz o certo
meu estandarte é um porta-retrato
a carregar o que não volta
o que não sente
a imagem que se perdeu
tudo distante do céu de nubla
e a frente que não chega
apenas insinua com seus cúmulos
de prata
um mergulho na noite torta
que desapavora
e se basta
no ir e vir da vida:
ela escorre, sobe
regurgita;
desfaz os planos
da madrugada morta;
acende a vela
para a esperança farta
alguém me lembra martha rocha
num arraial à praia
alguém sussurra alessandra
enquanto não atraco
em meu peito cansado
enquanto o nada
vem me consolar
hoje sou de gotham city
e nenhum sinal no céu
parece digno de me ressuscitar
paulo-roberto andel 17/07/2009
Gotham City é Copacabana, sem o Batman que pode muito bem ser representado pelo Zé Marcelo.
ReplyDeleteGrande Paulo!
ReplyDeleteDescrevendo um Rio diferente.
Abraço!
Grande amigo tricolor. Estas cada vez mais poetando sobre sua cidade e isso o faz um Quintana de Copacabana.
ReplyDeleteNesse dia do amigo forte abraço.
Oi querido...
ReplyDeleteSempre tao criativo e tao particular... "Me gusta"
Bjs gigantes
Sôdadesss de ti!
ReplyDeleteMto bom o novo post!
Besitosss
Parabéns pra você... rsrs
ReplyDeleteLindo poema, poeta pra lá de carioca!
D+
Um garboso beijo.rs
querido amigo, sempre coisas boas e lindas no seu post, parabéns, muito legal mesmo o texto, um ótimo domingo, bjs
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