Friday, October 13, 2006

Um

Quando estou cantando
Dispenso aplausos e bravos
Importam-me somente teus ouvidos
Teu coração e sabor
Toda cor é brilhante
Quando embrulha teu charme, rouge
Até o cinza se agiganta

Ver-te na foto é poema
Teu sorriso, alvo certo
Ipanema
Meu corpo voa cidade
Escreve sambas, trovas
Roça, morde, move-se
Desimporta-se
Não és minha metade
Inteira ainda te quero

Morres a cada dia
Perdida nas flores
De minha delícia, prazer
Luxúria e candura
Assim mesmo
Tudo misturado
Avesso reverso
Submersa paixão

Todo meu sonho mora em ti
Todo meu gozo, dedico-te

Dia todo dia

Amore mio
De tantas épocas
Santa profana
Da minha rasa fé

Há de haver outro canto
E novo bravo aplauso
Quando eles nascerem
Seremos vida na selva
Relva a rolar, perdidos na selva
Entre tremor e torpor
Restará apenas
Nosso estranho amor

Bravo

Bravo

Bravo aplauso
Desejo ocluso
Mais que familiar
Multidões e Brasis
Por um triz, teu nome rima
Cativa-me, torna-me rocha
Enquanto o céu não vem
Moras em cada rosto
Que me acaricia
Podem ser muitos
São poucos perto de um
Perto do fogo que me toma
E basta


Paulo Roberto Andel, 13/10/2006

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