No fim tudo é uma grande farsa. Uma grande hipocrisia.
Amanhã de manhã vão falar de uma nova semana.
Para quem?
Bilhões de pessoas são submetidas à escravidão disfarçada de economia liberal.
Isso inclui miséria, violência, humilhação, perturbação.
Depois, esperamos as eleições, para a farsa da democracia que é toda controlada pelas grandes corporações. Votamos no que é possível. Na maioria das vezes, nada muda - isso quando não piora. Afinal, o crime organizado é íntimo da política, parceiro de alguns ou visto com cara de paisagem por outros. Em qualquer assembleia legislativa do país, há gente ligada ao crime.
A miséria, a opressão e a falta de perspectivas vão tornando as pessoas cada vez mais insensíveis e indiferentes ao próximo, desumanizando as relações e os convívios.
Dizem que o mundo é lindo e a natureza é bela. Não há dúvidas. Agora, quantos seres humanos podem realmente desfrutar dessa beleza?
Neste exato momento, num bucólico domingo à noite, a paz é uma farsa. Na Síria, em Gaza, na Ucrânia, no Chapadão, nas periferias, nas pequenas cidades saqueadas.
"Farinha pouca, meu pirão primeiro."
"Não fui eu que inventei o mundo."
"Tem que tacar é uma bomba na favela."
Pessoas almoçando biscoitos, pessoas tentando comprar comida com dez reais. Mãos mendigas e olhares chorosos a cada quadra. Aí está o retumbante crescimento econômico...
Gente sem dinheiro, sem casa, sem futuro, sem nada, esperando de Deus um milagre que poderia ser apenas um procedimento, se a sociedade fosse realmente inclusiva.
E ainda romantizam a pobreza, para que os pobres se sintam orgulhosos em manter tudo como está.
"Feliz Natal pra todos, Feliz Natal".
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