Por ocasião do lançamento de seu livro, Susana Naspolini foi certeira ao dizer no lançamento que, se a obra tocar uma única pessoa, já cumpriu sua missão. E é isso mesmo. Basta uma.
Já me aconteceu várias vezes. Muitas. Milhares. Gente que chorou (muito), que sorriu, que se identificou. Gente que viu ficção na realidade e o contrário também, às vezes ao mesmo tempo.
De certa forma é o que trago de melhor comigo sobre isso. Amigos, colegas, conhecidos, gente que nunca vi antes e que me mandou uma mensagem de agradecimento. Já recebi muitas e muitas. Claro, alguns xingamentos também, mas esses são mero fruto de inveja e recalque.
Já dizia Ivan Lessa: "O cronista fala sozinho diante de todo mundo". O cronista, o poeta, o escritor.
O cineasta, o teatrólogo, o escultor. O artista em qualquer lugar.
Você sonha, pensa, produz, coloca o conteúdo numa garrafa e a atira ao mar, esperando que um dia alguém a ache e abra.
Da pequena parte que me cabe nisso, escrever, penso que precisa ser feita com alma, com garra. O melhor texto não precisa ser perfeito em termos ortográficos - algo muito discutível por sinal -, mas precisa passar sentimento, fazer com que o leitor tenha mergulhos profundos e voos rasantes. A força da mensagem vale mais do que o tecnicismo. Os grandes livros muitas vezes são os mais simples.
Escrever publicamente já me levou a muitos lugares e pessoas, já me deu muitas alegrias e reflexões. No começo do século XXI, eu sonhava em ser um autor publicado e pensava em como isso seria sensacional. É mesmo, muito. É uma emoção que se repete, tanto faz se com 100, 200 ou 4.000 exemplares - o sentimento é exatamente o mesmo. Abrir a caixa e ver o novo livro é rever o grande amor. Eu recomendo.
Que Susana esteja bem, onde quer que esteja. Que sua jovem filha tenha todas as forças para seguir em frente. A cidade está triste, não sem motivo. Por ora, joguemos nossas mensagens no mar, esperando retorno algum dia.
@pauloandel
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