brindaram felizes enquanto os
miseráveis choraram bem à frente
das tabernas, sem rumo ou futuro?
a indiferença venceu a humanidade
desfilaram as hordas de soldados corporativos com suas vestes sóbrias
de matizes discretas e comprimentos
[e desejos reprimidos
[há melancolia nos peitos nus
a paz está guardada debaixo dos escombros da grande guerra suja
onde poucos têm direito a viver
e a solidariedade é uma fantasia
olhar para o céu de tijolos e entender
que o fim se avizinha tão lentamente
em pequenos tragos e tristezas vãs
em mesas com garrafas vazias
e corredores vazios abraçando vitrines
de um mundo que poucos conhecem
quem vai cantar uma canção de alívio?
a morte é o exílio da felicidade!
as pessoas brincam de se divertir e fotografam o que se vê ao longe
esperando um porto seguro à toa:
ele não existe, o conforto não existe
nossos comerciais, por favor
@pauloandel