Sunday, May 26, 2019

manhã de domingos

parece que não está frio nem quente, o verão ainda ameaça em maio mas timidamente. talvez as ruas estejam vazias. em casa tem silêncio e alguma melancolia: o rádio que não toca, as conversas emudecidas, até às pequenas brigas. a televisão mostra filmes reflexivos em curta metragem.

não tem ninguém na sala, no outro quarto, na cozinha, ao lado. pela fresta da cortina percebe-se a réstia de sol que não chega a empolgar.

não tem jornais, revistas, presunto fininho, ovos mexidos e sequer a esperança de jogar futebol com bolinha de isopor em frente de casa.

é o domingo, o silêncio, a tristeza pela distância infinita, o fim mais perto do que o começo, tudo alinhado a uma esperança que sequer se justifica, mas que ajuda a escrever o livro dos dias.

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