São quatro da manhã da madrugada mais chata de se ter insônia em qualquer semana. Despertei, ouvi Herva Doce, Marina e Marillion - pensando nos fãs que discutem as eras H e Fish, quando acho lógico que as duas são muito importantes. Há pouquíssimos ruídos em casa e nas ruas, alguns carros, talvez um caminhão, a madrugada amedronta. O Fluminense venceu, os pela-sacos reclamam, há algo de doentio nisso. Tenho insônia e penso em coisas impublicáveis. Subitamente me recordo de quando eu era um garoto de dezessete anos, e tinha de atravessar Copacabana inteira a pé às cinco da matina para chegar ao quartel - ficar horas e horas em pé à toa, até que fui libertado para sempre. Contas a pagar, contas a fazer, medo, incerteza, reflexão, tudo está insone em cima de uma cama confortável no coração desta cidade linda, mas cruel. Tomo remédios para pressão, falo com minha mulher, dou bom dia e sonho com mais duas horas de sono. Agora um carro buzina perto do aterrorizante prédio abandonado do IML. Agora recebo duas mensagens no computador de mão. Agora tenho dez livros inéditos prontos. Agora penso em mais coisas impublicáveis. Ah, sono, o que te faz tão longe de mim? Eu te queria bem aqui.
As vezes tb me sinto assim! Boa Semana!
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