uma noite de pés
descalços
aos pés do atlântico sul
azulzinho o amor ou gris
também
amor de parabenizar
e sorver
amor para conquistar
sem saber
amor de silêncios
e discretas entrelinhas
o que não diz seu nome
mas cochicha num verso
ah, o amor enrustido
represado, talvez adiado
ou quem sabe redivivo?
amor que choca e apraz
amor que trai por amor
fugaz
ou imperial no mar da
tranquilidade na
lua
o amor que não vai dar
cris
nem incendiar a tez
o tesão sem chama
acesa
o filme queimado
o recado no vácuo
o amor na doce voz
de dulce quental
nos versos errantes
de clarisse
por um triz
ou num vértice
cheio de perigos
o amor de bossa nova
também pode ser blues
boy ou quem sabe um
beatnik?
na estrada
na farsa recatada
no viço lancinante dos
desejos ou
fresado e triste
um amor em contraste
um errrante
um cavalo de corrida
ou águia solitária
em voo rasante
sem esperar quase
nada
o amor na foto, na letra
no beijo que desaconteceu
nas flores que inexistem
nos olhares enviesados
nos vãos da escada
nas memórias
o amor que não se entende
e sequer tem explicações
mas resiste e impregna
o ar
feito incenso cujo aroma
não se esquece
amor, um colapso
um beijo em terra
batida
coração de hiato
o amor numa palavra
ou até numa frase
sem sentido
o gosto que se sente
o sonho que prevalece
corações a mil por qualquer
romance
o grande lance é o amor em si
@pauloandel
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