Hoje eu faço quase um feriado. Um entretanto nestes dias nem tão frios, nem tão tristes e que não cabem direito nos sonhos de um porta-retrato. Um finalmente depois de muitas horas de angústia, o mar da incerteza, muito descaso e a indiferença que só sente quem tem a pele açoitada pelas mazelas da vida. Desliguei o telefone para qualquer pessoa que só me use como passatempo para suas horas inúteis. Não respondi as mensagens daqueles que copiam textos e me enviam por absoluta falta do que dizer. Não, definitivamente não é necessário perder tempo com quem não o valoriza; segundos escorrem e precisam de carinho e atenção. Hoje, eu sou quase um feriado. As salas ao lado são embebidas por silêncio e quase nenhum atentado. Eu não penso na mulher amada, tão-somente um punhado de sexo energizado em dois seios salientes, de bicos relevantes e algum tesão acumulado. Os jornais, deixei ao longe; o som, desligado. Ninguém é de ninguém e a ninguém importa o que me faz calado. Rio daqueles outros, também em silêncio, tementes de que eu lhes peça ajuda, aconchego, um tostão furado. O jazz me espera em casa, com um prato barato, algum conforto, as delicias de idílio que carrego à mente e mais nenhum outro pecado. Nada me apavora por ora; isso é incrível, não se explica e talvez este seja meu único predicado.
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