Friday, July 10, 2009

RETICÊNCIAS

I

resto-me
diante do improvável

a incerteza
que se faz tão clara

um retrocesso

exceto pelo sol de fora
tão faroleiro
nave-guia flamejante no vento

o recesso

e um momento

nas horas rudes
onde não caibo
e me afasto

o longe me corteja
por um retrato

o fim já não excita

a mansidão não é pecado

agora sou muito longe
feito o cais que aprecia
a minha vinda –

nenhum murmúrio
ou alarido

apenas o fato


II

nada debaixo do céu
resiste ao pranto

nada debaixo da terra
reveste o conforto

nada no horizonte
é verdadeiro porto,
portanto


paulo-roberto andel 10 07 2009

4 comments:

  1. cada ponto.
    dá pra ver o quanto tuas palavras
    tem o ponto certo
    que cara mais esperto
    e que bom te-lo por perto!!!
    grande AmiGo,
    mesmo que de longe...
    mas não tão longe assim.

    Forte Abraço!

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  2. portanto, caro Andel, mais uma vez - e como sempre - seu texto se supera em imagens e andamentos. abraços, Pedro.

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  3. Paulo!

    "Nada debaixo do céu
    resiste ao pranto

    nada debaixo da terra
    reveste o conforto

    nada no horizonte
    é verdadeiro porto,
    portanto"


    meu esse poema ficou dez, mas essa parte ficou incrívelo!

    Parabéns pooeta aquele abraço!

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  4. Paulinho, dessa vez você passou dos limites. rs
    Um espetáculo!!!

    Um beijo, meu "futuro sócio".rs

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