Wednesday, May 20, 2009
ÁGATA
maio já está no final*
o atlântico, serenamente,
namora a dorsal;
não são só dois, não só casal
por um instante reticente:
muita lenha há para se queimar
sem par e tal
anseia o pano
que navega aquela pele;
atiça o colo
num pecado carinhoso;
inveja a plebe
que não tem tamanha verve;
invade os sonhos
num olhar de fogo aceso
é a lua, tão nova e indiscreta,
mal-disfarçada numa nesga,
que se revela e desnuda -
quem a bem repara
não alimenta rusga,
apenas uma tátil canção
de pólvora:
todo amor no continente,
meu prazer no horizonte,
tom num jazz latente,
certo tesão sem máscara
por ela, querela é pétala;
por ela, rancor é mingua;
meu coração
é uma escola de samba
e tateita, tateia:
ah, lua cheia,
ágata da minha vida!
jóia pequena do meu desejo,
doce licor da lascívia em sina;
negrume aos olhos, aos cabelos,
ao céu rebento,
sem retrocesso:
lua, não me despeço!
teus versos são fonte
que nunca termina.
Paulo-Roberto Andel, 19/05/2009
(Contém trechos de “Maio”, Paula Toller e George Israel, 1998)
Esse mestre para mim já era nota 10. Aqui essa nota triplcou tamanha inspiração nesse blogue.
ReplyDeletelindo, grande paulo!!!
ReplyDeleteforte abraço.