eu era um zero
na ponta direita
no meio do nada
oh, nada
lá fora, mundo girava
com suas penas, dores
só
era canto de janela
era riso de morte
na varanda, infarto
no coração despedaçado, esperança
eu era um meia-direita
na ponta do nada
cantava amor e despedida
enquanto era chuva na relva
oh, fato
lá fora, mndo girava
cá dentro, desmilinguia
parecia um domingo cinza
antes da noite mais longa
que bem podia negar o que via
era vida vazia, derramada
a garrafa de vidro sem gás
era turma desamparada
mal-aquinhoada aos vinténs
desacreditada merda
Paulo-Roberto Ândel, 20/05/2007
No comments:
Post a Comment