Há muitos anos, tive um vizinho de porta. Parecia uma boa pessoa. Não era de muitas palavras. Muitas vezes, nos encontramos no fim da noite e fazíamos uma breve viagem do térreo ao oitavo andar, mais os pavimentos de garagem, limitados às burocracias da educação - boa noite. Nossa história de poucas palavras, silêncio e respeito começou no fim de 2000 e acabou em 2002. Sua última viagem foi respeitosa como todas, trocamos o boa noite e abrimos as portas dos apartamentos. Mal fechei a minha e ouvi gritos desesperados no apartamento da diagonal: ele entrou, deu dez passos até a janela de sua sala e voou para a morte.
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