CANALHA SEM CONVICÇÃO PLENA EM VÉSPERA DE NATAL
Quando chega essa época de fim de ano, acontece uma situação que envolve canalhas e cretinos amadores, que é o remorso. Todos sabemos que um verdadeiro canalha, autêntico, daqueles que não vale o ar que respira, nunca irá se importar com os sentimentos ou prejuízos daqueles que malversou. Não é que o amador também não possa fazer o mesmo, mas pode ser que em algum momento sinta remorso, e aí a dor é inevitável. O pequeno canalha sente o golpe, fica em dúvida, cogita até ser uma boa pessoa perdida - na verdade não é! - mas o exercício do mau caratismo raiz o atordoa. As pessoas falando de Deus, de paz, de um minuto de abraços, da necessidade de resgate do sentimento gregário, da fraternidade, do amor às crianças e aos mais velhos, aos desamparados e, diante deste cenário, o calhorda amador vai se dissolvendo feito sal de frutas Eno num copo de água gelada. O calhorda sem convicção prejudica, bajula, deixa os amigos na mão, trai, é traíra mas está tão condenado quanto seus espelhos de caráter. E se dói, mesmo que não esteja arrependido: ele vive um dilema, dividido entre o canalha que deveria ser mas ainda não é, assim como o canalha medíocre que é, ainda a caminho da involução. Os canalhas que creem em Deus até apelam; já os outros, tentam fingir serenidade em vão.
@p.r.andel
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