Sunday, August 13, 2023

Madonna, 65 anos

(originalmente publicado em 16/08/2022)


Ela mexeu com o imaginário popular mundial, transitou entre gêneros musicais, desafiou definições e, aos recém-completados 65 anos de idade, ainda dá as cartas na cultura pop da Terra, com o handicap de ser a artista que mais vendeu álbuns em toda a história, indo muito além da lourinha sexy e provocante do começo dos anos 1980. Madonna Louise Ciccone é o nome. 

Há quarenta anos, a música pop estava no auge da massificação mundial. Ao mesmo tempo que produzia novos artistas, também os descartava. Alguns atravessavam temporadas, outros eram verão de uma só andorinha, muito poucos tinham a força descomunal de Michael Jackson, mas o fato é que Madonna chegou lá.

A estrela pop explodiu com seu álbum "Like a virgin", de capa deliciosamente sexy, e nunca mais parou. Poucos anos depois, arrumava enorme problema com a comunidade católica por retratar um Cristo negro em "Express Yourself", mas a grande polêmica mundial seria potencializada com seu mergulho artístico no sexo, especialmente a partir do videoclip de "Justify my love", proibido nos EUA e em outros países pela volúpia erótica. Suas turnês se tornaram gigantescas e, num mundo ainda corrompido por preconceito e ignorância, Madonna ganhou a benção e o prestígio mundial da comunidade LGBTQIA+, lotando seus shows em qualquer lugar.

Entre o começo da década de 1980 e meados de 1990, Madonna dominou rádios e TVs como nenhuma outra mulher na música. Durante um curto espaço de tempo, perto do fim do século XXI, mesmo consagrada, a estrela dava a falsa impressão de perda do estrelato. Ledo engano: bastaram "Ray of Light", "Music" e a espetacular "Beautiful Stranger" (integrante da trilha sonora do filme "Austin Powers") para que Madonna seguisse na crista da onda mundial. A seguir, ainda mais ligada em novas tendências, seu som passou a incorporar cada vez mais a tendência da música eletrônica, trazendo novos fãs e ampliando caminhos. Desde então, tem causado furor a cada nova turnê mundial. 

Todas as cantoras pop que surgiram a partir de Madonna prestam-lhe natural reverência, e nem há como ser diferente: ela é o ideal de sucesso e pluralidade, o mito, o sinônimo de consagração. É difícil imaginar que qualquer uma delas chegará também aos 64 anos com o mesmo tamanho da blondie girl, mas lutar é sempre preciso. E, por mais que todas tenham reconhecido sucesso mundial, nenhuma delas ameaçou o reinado de Madonna, que também alcançou as telas do cinema e as estantes das livrarias. 

Desafiadora, provocante, ousada, libertária, inovadora, Madonna chega onde nenhuma diva pop chegou. Tendo vendido mais de 300 milhões de discos em todo o mundo, ela é a artista feminina mais bem sucedida de todos os tempos segundo o Guiness Book. Com faturamento superior a 1,5 bilhão de dólares com ingressos para seus shows, ela continua sendo a artista solo de maior bilheteria em turnês de todos os tempos. Seus números astronômicos fazem jus ao seu tamanho artístico. E, ao que tudo indica, a multiartista ainda tem muita lenha para queimar. 


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