e agora/ o que vai sobrar depois de todo esse ódio no coração?/ um mar de verborragia em vão/ a felicidade plena da agressão? /"eu matei mais um em nome da limpeza da nação"/ ledo engano, meu irmão/ esse teu reboco não sustenta a construção/ a casa cai e só vai atestar a desilusão/ o que fazer quando um pote de cólera é a orientação?/ o mundo de cabeça para baixo e um homem solitário suicidando a boa intenção/ não se faz justiça com ódio/ no máximo, exacerbação/ você pagando de rei com suas mãos esmolando um punhado de atenção/ está perdido, amigão/ o tiroteio do rancor tem uma bala perdida para cada coração/ a uti do amor está sofrendo de superlotação/ estamos vazios, fudidos, sem humildade para pedir perdão/ buscar uma explicação/ que se foda o outro, comigo não/ e assim atravessamos o pantanal da ingratidão/ vamos matar uns aos outros até sair o grande campeão/ e a constatação/ do vazio de ideias em que nos metemos por presunção/ e agora/ o que vai sobrar deste livro de fel escrito em murais de devastação?/ ódio puro à vista, no débito ou no cartão?/ isso fez de você um grande cidadão?/ um latifundiário da razão?/ não, não, mil vezes não/ apenas uma besta-fera em busca de autopromoção/ no mundo do big brother e da manipulação/ no fim das contas/ apenas um poço de mágoas e putrefação/ há carne podre por todos os lados e viva também/ resultante de tortura e agressão/ manter o teu coração cheio de cólera/ é fazer o jogo do opressor/ o papel do idiota no meio da multidão /o que o amor não constrói/ o rancor não traz solução
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