estão todos tristes, desgovernados
ao lado da caixa de morte que abriga
o corpo da musa
nunca mais uma palavra, um sorriso
nunca mais beleza à vista
nenhuma poesia comparada
todos murmuram, atônitos
diante do inevitável caminho final:
quem levou a musa embora?
muito antes do justo e razoável
tão em vão diante do imponderável
enquanto cantam o réquiem baixo
- é inaceitável! - tamanha desgraça não há!
- onde vai viver o nosso amor dilacerado?
houve quem não viesse e risse
por rancor, inveja, pequenez
a musa dorme para sempre
com sua pele alva, os traços finos
e a imensidão do mistério
a musa que dorme, o amor que morre
a finitude que nos cega - queremos explicações que não existem
enquanto a moça fala de deus
e somos uns inconformados!
a eternidade é negligente com as musas!
@pauloandel
No comments:
Post a Comment