quando as mãos mendigas
estavam erguidas e tristes
havia uma noite de chuva
e marquises frias em cinza
as mãos em desespero e fé:
um resto, um trago, um troco
e a vida que a deus pertence
as mãos lutando noite e dia
insones, enrugadas e vazias
o perigo e a violência da rua
morte e vida tão encardidas
ninguém tem tempo a perder
nem pensar em certa covardia
somos o que temos, bobagem
a vida é breve, sem os rastros
a linda e tenra carne apodrece
nenhuma arrogância prevalece -
somos uma bobagem sincera
os dias são as mãos iludidas
@pauloandel
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