Friday, December 06, 2013

a chuva

agora que chove
penso nos doentes
os desaparecidos
as dores debaixo de marquises
penso nos mortos e vivos
a solidão parece chuva:
cai, chora e sai
destrói e diz adeus
os outros pensam apenas
em mais um dia de sol
parlapatões e boquirrotos
ansiosos por um domingo
de caos
e tudo é tão desimportante
frente às tragédias humanas
que chamamos cotidiano
tudo é tão desimportante
que deslumbrar-se é apenas
o precipício da alma

@pauloandel

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