Alguns vociferam. Outros
xingam. Pitis e arroubos. Oh, impunidade... de QUÊ?
Chamam isso de democracia e
liberdade - a mesma que não se tinha no passado, onde ser "comunista"
ou "vermelho" poderia significar uma sentença de morte (ou tortura ou
estupro).
Desde que se atendam
vontades pessoais e míopes, pode-se mandar a Constituição à merda, eis o que
muitos pensam. Afinal, as barbaridades da ditadura 64 não foram à toa... nas
redes sociais mesmo, é normal ver boçais afirmando que "nunca houve
ditadura nem tortura", que "tem que tacar uma bomba na favela e matar
tudo" e outras selvagerias do fascismo tupiniquim.
O mais patético de tudo está
reservado aos que só se manifestam politicamente em determinadas horas convenientes, fazendo
um silêncio cemiterial hipócrita em outras. É preciso ser muito ignorante - ou
dotado da mais pura má-fé - para reiterar que "os maiores crimes de todos
os tempos" só foram cometidos no Brasil a partir de 2002. Nada mais
natural em se tratando de um país onde boa parte da população, quanto mais
abastada é, mais faz questão de ostentar sua ignorância colossal em relação à
própria história. Ou generais foram morar na Atlântica e na Vieira Souto graças às enormes capacitações de adminstração dos pobres soldos?
Num julgamento em que a
corte encontra-se dividida, o voto de Minerva é natural, desde os tempos de
João Sem-Terra. Aliás, a própria divisão deixa claro que nem a maior corte do
país tinha consenso sobre o que acontecia.
Sinal claro que que a coisa
não tinha andado bem desde o começo, quando “tudo leva a crer” transformou-se
em “é”. Erro imperdoável que foi remendado a tempo hoje.
Ilude-se quem imagina que
"o povo" saiu derrotado na votação de hoje do STF. O que estava em
jogo não é "a desgraça do PT" no país, mas sim o risco de conclusão
de um processo que foi norteado o tempo todo por achismo - "não tenho
provas, mas tudo leva a crer que aconteceu".
No fundo, quem perdeu foi o
rol de grandes corporações de comunicação, prostituídas do cabelo ao dedão do
pé desde sempre. Queriam decidir a eleição de 2014 em 2013, mas não deu certo.
Se tivessem realmente preocupação com a corrupção, não teriam financiado a
ditadura cívico-militar que, dentre outras coisas, fez uma enorme turma muito
rica até hoje. E nem acobertariam N escândalos desde sempre - isso, quando não
foram sócios majoritários desde sempre. "Aos amigos, tudo; aos inimigos, o
rigor da lei" - quem se lembra?
Nomes aos bois? Globo, Abril,
Folha, Estadão, Olavo de Carvalho, Pondé, Reynaldérrimo Azevedo, Augusto Nunes,
Diogo Mainardiota e lacaios idem.
Cheguei a pensar em falar de Lobão, mas não é o caso. Ainda o admiro como "roqueiro" com aspas. Como "pensador", as aspas viram gargalhadas de claque.
Todos esses "são caboclos querendo ser ingleses" (Cazuza).
Sete anos de pancadaria
diária implacável, mas é bom que se diga: NINGUÉM FOI ABSOLVIDO DE
NADA. Tão somente reconheceu-se o direito a recurso. Cumpriu-se a lei.
Ah, sim, os juízes Mendes e Barbosa não são donos do Brasil e nem das garantias constitucionais de cada cidadão brasileiro.
Simples: os meios de comunicação já não têm parte da força que já tiveram
um dia. Perderam credibilidade. A fúria opressora em busca de um poder que
tiveram décadas atrás os levou ao ridículo e vazio de hoje. Tanto que já perderam três eleições presidenciais seguidas e, ao que tudo indica, o 4 x 0 está chegando.
Meus sinceros parabéns a
homens de imprensa como Mauro Santaynna e Janio de Freitas, que chegaram à idade madura
para fazer um jornalismo sério, de verdade, sem caixinhas, que ainda brilha
diante deste mar de lama dos Mervais e cia. Homens que defendem o Brasil, a
democracia e a pluralidade de ideias há mais de sessenta anos. O mesmo vale para Paulo Henrique Amorim e Luís Nassif.
OBS: ao declarar seu voto, o juiz Celso de Mello citou Pontes de Miranda no embasamento de seu voto – um dos mais notáveis juristas
brasileiros e reconhecidamente um homem de direita. Estimativas preliminares apontam que 99% das pessoas que estão
descabeladas com o 6 x 5 de hoje desconhecem quem foi Pontes de Miranda.
@pauloandel
Grande Andel, parabéns pelo texto. Abraços, Pedro.
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