Tuesday, January 29, 2013

A Epopeia da volta



Por Zeh Augusto Catalano

Peço desculpas pelo tema abordado fugir ao assunto central deste blog, mas acho necessário compartilhar essa historinha.

Ontem, 28/01/2013, vôo GLO 1590, marcado pras 21:35h no Santos Dumont, o aeroporto doméstico do Rio de Janeiro. Chegamos 20:15h no aeroporto, que estava, àquela altura, fechado por causa de uma bruma branca e baixa. Os prognósticos não eram os melhores. Na tela de info, o vôo apontava check-in aberto. Aproveitamos para trazer uma boa quantidade de livros, roupas e uma rede, o que nos fez trazer uma grande quantidade de peso. Três malas grandes, mais duas mochilas e três bolsas menores de bagagem de mão. Mais nossa bebê de três anos. Sim, à noite, com sono, uma criança de três anos vira um bebê de 15 quilos. As bolsas de mão levavam comida, livros, brinquedos, muda de roupa.

Sentamos e esperamos. Por volta de 21:15, vários vôos começaram a ser liberados e outros aparentemente cancelados. Dez da noite, o som pede que “compareçamos ao portão de embarque”… Começava a peregrinação.

O sujeito da gol nos comunica que nosso avião havia pousado no outro aeroporto, o Galeão, a meia hora de carro de distância, porque, segundo ele, o Santos Dumont fecha às 23h.

(A explicação aparece neste link abaixo. Depois volto a ela)


Entramos no portão de embarque, como se fôssemos realmente embarcar, para imediatamente pegarmos nossa bagagem. Você acha que a Gol (não sei se isso é padrão para todas as aéreas) se responsabilizou por nos transportar até o outro avião já com nossa bagagem? Nanão. A Manu de 15 quilos dormia profundamente no colo da mãe (graças a Deus) e eu precisei empilhar as 3 malas, cada uma com duas toneladas, e mais toda a bagagem de mão num carrinho que, por Murphy, puxava completamente para a direita e que me obrigou a equilibrar as coisas e fazer um esforço hercúleo (lindo isso…) pra empurrar a pirâmide desequilibrada por todo o aeroporto até o ônibus – parado do outro lado da pista, longe da rampa para descer o meio fio.

Enfim, despachados pela 2a vez os blocos de granito, entramos no ônibus para um city tour até o Galeão, aonde não pisávamos havia anos. Nada mudou. Acho que o tombaram… Meia hora depois, descer do ônibus, correr pra pegar um carrinho para receber novamente os ebós. As malas parecem pesar cada vez mais. Manu segue apagada. A mãe morta de cansaço. Os passageiros pegam as malas para levar ao balcão da gol, onde são simplesmente atiradas na esteira para ir para o outro avião.

Às cinco para o dia seguinte, enfim, decolamos. Chegamos em casa às 2:20 da madrugada. Seis horas de viagem e algumas conclusões:

- Informação é tudo. Não lembrava desse inacreditável horário de funcionamento do SDU. Mas mesmo que lembrasse dele, acreditava ser algo coerente. Uma coisa é você agendar vôos para meia-noite, uma da manhã, e fazer o aeroporto operar noite adentro de forma planejada. Outra coisa é fechar o aeroporto pontualmente às 23h e impedir um vôo que poderia decolar 23:15, por exemplo, de seguir adiante. Os responsáveis por estas maravilhosas normas de operação certamente não pegam vôos noturnos. Isso transforma o horário de 22:30 às 23h do Santos Dumont na embaixada americana em Saigon, com todos querendo se agarrar ao último helicóptero pra fugir dali. Conclusão: vôos tardios no Santos Dumont, nunca mais.

- Vou pesquisar acerca das responsabilidades das companhias aéreas sobre a bagagem embarcada pelos passageiros. Não sei se esse é o procedimento padrão, mas o fato é que ontem, por duas vezes, os passageiros prestaram serviço de carregadores para a Gol. Acho que a principal razão da coisa é se livrar da responsabilidade pelo sumiço de alguma bagagem neste périplo pelo Rio de Janeiro. Atira-se malas e responsabilidade na mão do passageiro. O fim.

- Não haviam pessoas de muita idade ou crianças viajando sozinhas, mas se houvesse alguma pessoa com dificuldade de locomoção ou algum gringo (coitados… sofrerão…) que não entendesse direito o que estava acontecendo, estaria entregue à própria sorte. Não houve nenhum acompanhamento por parte da Gol. O povo do ônibus era terceirizado. O portão de embarque indicado era o errado. Nós nos viramos.

O piloto fez um excelente vôo. O povo de bordo foi atencioso. Fizeram a parte deles.

Volto ao assunto outro dia. Abraços!


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