Por Zeh Augusto Catalano
Peço desculpas pelo tema abordado
fugir ao assunto central deste blog, mas acho necessário compartilhar essa
historinha.
Ontem, 28/01/2013, vôo GLO 1590,
marcado pras 21:35h no Santos Dumont, o aeroporto doméstico do Rio de Janeiro.
Chegamos 20:15h no aeroporto, que estava, àquela altura, fechado por causa de
uma bruma branca e baixa. Os prognósticos não eram os melhores. Na tela de
info, o vôo apontava check-in aberto. Aproveitamos para trazer uma boa
quantidade de livros, roupas e uma rede, o que nos fez trazer uma grande
quantidade de peso. Três malas grandes, mais duas mochilas e três bolsas
menores de bagagem de mão. Mais nossa bebê de três anos. Sim, à noite, com
sono, uma criança de três anos vira um bebê de 15 quilos. As bolsas de mão
levavam comida, livros, brinquedos, muda de roupa.
Sentamos e esperamos. Por volta
de 21:15, vários vôos começaram a ser liberados e outros aparentemente
cancelados. Dez da noite, o som pede que “compareçamos ao portão de embarque”…
Começava a peregrinação.
O sujeito da gol nos comunica que
nosso avião havia pousado no outro aeroporto, o Galeão, a meia hora de carro de
distância, porque, segundo ele, o Santos Dumont fecha às 23h.
(A explicação aparece neste link
abaixo. Depois volto a ela)
Entramos no portão de embarque,
como se fôssemos realmente embarcar, para imediatamente pegarmos nossa bagagem.
Você acha que a Gol (não sei se isso é padrão para todas as aéreas) se
responsabilizou por nos transportar até o outro avião já com nossa bagagem?
Nanão. A Manu de 15 quilos dormia profundamente no colo da mãe (graças a Deus)
e eu precisei empilhar as 3 malas, cada uma com duas toneladas, e mais toda a
bagagem de mão num carrinho que, por Murphy, puxava completamente para a
direita e que me obrigou a equilibrar as coisas e fazer um esforço hercúleo
(lindo isso…) pra empurrar a pirâmide desequilibrada por todo o aeroporto até o
ônibus – parado do outro lado da pista, longe da rampa para descer o meio fio.
Enfim, despachados pela 2a vez os
blocos de granito, entramos no ônibus para um city tour até o Galeão, aonde não
pisávamos havia anos. Nada mudou. Acho que o tombaram… Meia hora depois, descer
do ônibus, correr pra pegar um carrinho para receber novamente os ebós. As
malas parecem pesar cada vez mais. Manu segue apagada. A mãe morta de cansaço.
Os passageiros pegam as malas para levar ao balcão da gol, onde são
simplesmente atiradas na esteira para ir para o outro avião.
Às cinco para o dia seguinte,
enfim, decolamos. Chegamos em casa às 2:20 da madrugada. Seis horas de viagem e
algumas conclusões:
- Informação é tudo. Não lembrava
desse inacreditável horário de funcionamento do SDU. Mas mesmo que lembrasse
dele, acreditava ser algo coerente. Uma coisa é você agendar vôos para
meia-noite, uma da manhã, e fazer o aeroporto operar noite adentro de forma
planejada. Outra coisa é fechar o aeroporto pontualmente às 23h e impedir um
vôo que poderia decolar 23:15, por exemplo, de seguir adiante. Os responsáveis
por estas maravilhosas normas de operação certamente não pegam vôos noturnos.
Isso transforma o horário de 22:30 às 23h do Santos Dumont na embaixada
americana em Saigon, com todos querendo se agarrar ao último helicóptero pra
fugir dali. Conclusão: vôos tardios no Santos Dumont, nunca mais.
- Vou pesquisar acerca das
responsabilidades das companhias aéreas sobre a bagagem embarcada pelos
passageiros. Não sei se esse é o procedimento padrão, mas o fato é que ontem,
por duas vezes, os passageiros prestaram serviço de carregadores para a Gol.
Acho que a principal razão da coisa é se livrar da responsabilidade pelo sumiço
de alguma bagagem neste périplo pelo Rio de Janeiro. Atira-se malas e
responsabilidade na mão do passageiro. O fim.
- Não haviam pessoas de muita
idade ou crianças viajando sozinhas, mas se houvesse alguma pessoa com
dificuldade de locomoção ou algum gringo (coitados… sofrerão…) que não
entendesse direito o que estava acontecendo, estaria entregue à própria sorte.
Não houve nenhum acompanhamento por parte da Gol. O povo do ônibus era
terceirizado. O portão de embarque indicado era o errado. Nós nos viramos.
O piloto fez um excelente vôo. O
povo de bordo foi atencioso. Fizeram a parte deles.
Volto ao assunto outro dia.
Abraços!
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