Neste momento, o corpo de Oscar
Niemeyer está no Palácio do Planalto.
Para a tristeza de milhões de pessoas,
chegou a hora de velá-lo.
Gênio da raça, o Doutor Oscar estava a dez dias de
completar 105 anos. Viveu muito, felizmente. Deu muito ao mundo, como
arquiteto, pensador e, principalmente, homem de caráter e dignidade
inquestionáveis.
Hoje, as manchetes do mundo
curvam-se à genialidade de um dos seus maiores criadores, referência perene da
arquitetura contemporânea.
No entanto, o Brasil tem em sua
pseudo-imprensa alguns dos mais deploráveis “formadores de opinião” que se
possa imaginar.
É o caso da ex-revista Veja e seu jagunço Reinaldo Azevedo,
notório por seu exotismo e suas poses fotográficas de gosto bastante duvidoso.
Hoje, não para surpresa, mas sim indignação de milhões de pessoas, Reinaldo foi
mais Reinaldo do que nunca: disparou todas as ofensas ao recém-falecido Oscar
Niemeyer, gesto típico de quem preza o mau-caratismo – neste caso, bastante
natural.
Capitão-do-mato entre os destroços de uma ex-publicação que hoje
resume-se a ser a porta-voz de um partido em frangalhos – e porão de grupos
econômicos desinteressados da sociedade brasileira em seu bojo - Reinaldo
ganhou espaço na mídia brasileira às custas de calúnias, difamações e
malversações – neste caso, superando tudo em matéria do ser escroque: ofendeu a
um morto que não pode mais se defender na terra.
Não é de meu tom perder tempo de minhas
ideias com um lacaio do fascismo econômico. Apenas o fiz porque excedeu
quaisquer limites de ética e dignidade humanas – e se o encontrasse na rua
agora, fatalmente eu seria preso por agressão. Não é novidade em se tratando de
Veja: o “foragido enrustido” Mainardi já cometeu tamanha sandice ao agredir
verbalmente outro recém-falecido à época: ninguém menos do que Carlos Drummond
de Andrade. Como se vê, efeminados em total frenesi ofendendo a memória de ícones da cultura brasileira é regra comum na ex-revista.
Hoje, na imprensa brasileira, Veja tem o mesmo significado editorial que o bunker
de uma comunidade carente tem para os traficantes de drogas ilegais. E talvez
isso faça sentido mesmo: no fim das contas, Reinaldo é mero olheiro do tráfico
da informação. Investe seu tempo em material pernóstico que é chancelado
editorialmente com o propósito de ser “formação de opinião” (leia-se propaganda
eleitoral gratuita a favor de seus coronéis econômicos, perdida no tempo e no
espaço) – favor não confundir um escritor com um fazedor de livros. Investe num
recurso básico que faz babar os leitores e admiradores da ex-revista: a citação
de autores e frases, num verdadeiro circo intelectualoide non-sense. Tudo isso
bastante temperado com mediocridade de caráter e ausência de princípios éticos
ou mesmo etiqueta – o oposto do que ele tenta oferecer em suas fotos afetadas.
Ah, sim, quem não concorda com suas ideias é um idiota. Hitler começou assim,
mas Reinaldo não tem sequer hombridade, quanto mais coragem para defender suas
ideias frente a frente com os que destrata, ofende e agride verbalmente,
amparado pela “liberdade de imprensa” que o imuniza para que possa ser cada vez
mais dos que vai contra a defesa do Brasil como sociedade justa, igualitária e
fraterna. Um inimigo do povo e de seus valores, travestido de intelectual (rasteiro, aliás) em defesa de uma liberdade que só encontra eco entre os mais poderosos economicamente e, claro, entre os ignorantes que aplaudem a exploração da própria mão-de-obra.
Ao atacar um falecido, Reinaldo
oferece exatamente o que sua plateia quer. Ficaria melhor se vestisse trajes do Moulin Rouge; seu can-can verbal ao menos teria um figurino menos brega.
Ah, se ele fosse homem de verdade e flanasse feito uma mariposa aqui
pela Rio Branco, Carioca, Praça Tiradentes. Como seria bom acertar-lhe um firme
soco no nariz nesse momento. Parti-lo ao meio, retribuindo ao vivo toda a
violência que tem oferecido a milhões de pessoas por conta de seu fascismo. Contra
os serviçais da malignidade, a lei é pouca.
Eu responderia por este delito
com a mais absoluta satisfação.
Quem sabe não consigo?
Pensando bem, impossível: Reinaldo não é homem de verdade. Não pela opção sexual, longe disso; falo na verdade de hombridade, dignidade, respeito, caráter - elementos que lhe soam como um ET em Ipanema.
Paulo-Roberto Andel
@pauloandel
Nada a acrescentar!
ReplyDeleteSó os parabéns e a admiração de sempre.
Salve, Niemeyer!
Ao "jagunço" Azevedo, apenas o desprezo eterno.
OBRIGADO.
ReplyDeleteParabéns, Andel, por expor a imbecilidade e a intolerância desse desde sempre ignorância e ma fé ambulante. Talvez um dia a população possa se dar conta do quanto essa gente é nociva ao país. Talvez. Abraços, Pedro.
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