Sunday, November 13, 2011

QUALQUER AGORA

e agora
é o céu que chora -
chuva diz de lágrimas
derramadas
muitas vezes em vão
em silêncio
e mesmo que muitos
as vejam
calar é mais
confortável!

e agora a lua dorme
oculta
pelo negrume da noite
quente
que não afaga
aquece em vão
o frio de cada alma
indiferente

e o agora é o fato
a dor
a solidão
a perda incomensurável
o fim que entristece
e atemoriza
mesmo que depois dele
nenhum fim
seja fim de verdade

o agora é o outro dia
mesmo que seja
a repetição insosssa
de insucessos idos:
repetir
insistir
perseverar
mesmo que as mãos
estendidas
à beira da calçada
só colham o desprezo
que quem as vê mas não enxerga -
cego que é
pela própria inconsciência
ou o descaso
da essência.


Paulo-Roberto Andel, 13/11/2011

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