meu coração é a rua
do centro comercial
duma grande capital
no ocaso de domingo -
é o vadio, o vazio
quase aprazível
mas tinindo, tinindo
meu amor não se reflete
mas também não desacata
é só o frio lá de fora
disfarçado na turquesa
horizonte? beleza?
a procissão que não demora
um receio se descontrola –
nem cama, nem mesa
meu coração é da rua
da praça
da viela e o boulevard;
faz a prece para ninguém,
reclama quando lhe convém,
abusa de escutar -
cabe calado numa sentença;
espera lúcido, sereno,
pela glória d’alforria;
disfarça, sentado,
que não chora:
nasceu para além-mar,
não o concreto
dos arranha-céus
arregalados
sem viver
o descansar.
paulo-roberto andel, 05/06/2009
para leonard cohen
nem sempre a cidade
ReplyDeletecapital
nos devolve
interiores.
por vezes o poeta é maior
que construções latentes.
parabéns, Andel, pela capitalização das palavras.
abraços,
Pedro
muito bacana!
ReplyDeletegrande mestre!!!
forte abraço.
Grande mestre tricolor
ReplyDeleteessas poesias estão
dando colorido especial
a esse famoso espaço
por isso esse gaúcho
deixa-lhe forte abraço.
Com um(a) capital dessa a gente "está feito"!
ReplyDeleteParabéns, Paulo.
beijo
Linda a poesia,
ReplyDeletee bela analogia!
Dessas que dá vontade na gente de escrever e fingir ser poeta também.
bçs
BRAVO guerreiro
ReplyDeleteQue poetizar que combina com a realidade atual das grandes metrópoles, dos corações que desejam a liberdade, que traduzem saudades em poesia.
Beijos
Finalmente consegui chagar a essa tua casa. Bom sentir-me aqui.
Grata
Obrigado a todos, rapaziada. Salve!
ReplyDelete"meu coração é a rua
ReplyDeletedo centro comercial
duma grande capital"
Apesar dos pesares, amamos o nosso Rio, não???
Bjs,
Seu coração é do tamanho do "mundo". Eu vi, ninguém me contou, o tratamento que vc dispensou àquela moradora de rua.
ReplyDeleteParabéns duas vezes: por sua atitude e pelos versos perfeitos.
Belo poema!!!
Beijos
Um retrato e um sentimento sobre Brasília.
ReplyDeleteQuem já viveu lá sente bem os seus versos.
Luiz Ramos