quando todos preferem
o azul celestial de Copacabana
sucede-me querer o contrário
sei da terra ser linda em todos os dias ensolarados,
mas também enxergo beleza noutros caminhos
meu caminho é o da noite
a longa noite, sem ledo engano
a noite firme, de mar em pranto
banhado pelo espelho negro
há noite, sempre noite
onde areia da praia é poeira de estrelas,
é o mar da tranquilidade
enquanto a mocidade troca dedos de prosa
aos pés das traves
e a ganja ligeira repousa ao sabor do vento
vão-se os meninos da cola ao longe
os homens de negócios, homens transformados
garotas imersas em árdua vida
e a fidelidade canina ao largo, ao tempo
todos querem Copacabana cintilante,
falso brilhante
respeito toda a beleza do celeste
mas o meu real interesse, o importante
é pelos velhos retratos em branco e preto
o preto profundo em mistério incandescente
eu quero o preto da noite,
a longa noite, o longo preto da noite
que me sirva de contraprova
à toda felicidade que ainda não vi
paulo-roberto andel, 28/08/2007
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