Tempo, escasso artigo
Que não se vende em lojas
E nem briga com sold out
Numa vitrine vazia
Tempo, néctar de vida
Forte cachoeira d’alma
Cálice de pátria em paz
Raro feito fosse Deus
Tempo, desperdiçado
Em quandos inúteis
Engarrafado no trânsito
Atrás dum porém, um todavia
Outro advérbio qualquer
Outra reticência inevitável
Pessoas perdem tempo
Com seus desamores
Suas friezas impertinentes
Dinheiros rasgam tempo
No ceifar de vidas
Pelo preço de nada
Misérias choram por tempo
De sobreviver, de regenerar
E dor só quer clemência
Quando estende a mão sofrida
Nos pés burgueses, indiferentes
Deslizantes na grande avenida, vazia
paulo-roberto andel, 29/06/2007
No comments:
Post a Comment