vida que te quero vivida
nos frutos das árvores iluminadas
pelo vespertino sol da primavera
vida acesa, quente, alvissareira
cheia de exclamações, reticências
choros e risos, imprecisos
vida em que a derrota
não passa de fraco opaco
e a vitória tem brilho intenso
na claridade da cidade alta
na poesia da beleza em riste
no ledo engano do novo encanto
ah, vida
certas vezes, tu me parecestes
tão sofrida, ferida em pesar
que quase te abandonei
por teimosia, perseverei
agora, estou diante de ti
sou ferido pássaro na solidão
perdido, avoando todo mar
enquanto o ninho não chega
o repouso dos justos
breve alvorada da travessia mor
inevitável
Paulo Roberto Andel, 30/03/2007
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