Wednesday, February 28, 2007

Moto contínuo

transformo-me entre quandos e ondes
contatos costurados pelos porquês
o talvez servido de fio da esperança
apoiado em vigas de efêmera certeza

mastigo-me, rumino, pleno autofágico
na permanente mutação de meu viver
com inatingíveis desejos na realidade
entorpecentes baratos durante ir e vir

meus gritos causam delírio, dor, alegria
o silêncio que ostento arquiva mistério
todo amor que causei fez-se martírio
meu lamento é não saber dizer adeus


Paulo Roberto Andel, 27/02/2007

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