Somos nós, pela tarde ligeira, singelos nus
Um disco d'outrora toca uma bela canção
E tem vento firme prenunciando a chuva
Vejamos o teto, com rugas de piso lunar
O telefone? Ah, que rigue até madrugada
Deitados, somos nosso próprio feriado
Somos dia de rara paz no planeta dor
Por vezes, vejo-te calma, já repousada
E cogito afagar teu rosto com mão leve
Miro baixo, teu colo, teus seios, âmbar
Tudo faz silêncio, exceto a imaginação
Nela, eu cruzo quaisquer praias do forte
Desertas, observadas pela velha cúpula
Não há mais tiros, nem guerra ou paz
Teu sono manso sequer me desconfia
Dos oito mil dias que permaneces linda
Louca, linda, quente, marinha, tímida
Paulo Roberto Andel, 21/11/2006
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