Toda casa era morada
Namorada sublime
Toda apoteose em praça
Quando éramos três
Fim do Leme, pôr do Seis
Tabernas eram nossas varandas
Cirandas para as marquesas
Asa morena, ala moana
Na Carioca, sempre matinê
Vinis de metal e fúria de titãs
Quando éramos três
Tínhamos juventude sob nossos pés
O charme do mundo, nas mãos
Dálias, margaridas meninas
Afora um túnel claro, sem luz
Nem fim
Quando éramos três
Bastava-nos serra e mar
Serra Costa
Chão de estrelas
Dadivosas
Inconteste beleza
Palavra cantada
Todas as coisas devem passar
Algumas, velozmente
Outras, com muita demora
E agora
Restam as lembranças
Dos melhores dias
De nossas vidas
Quando éramos unos
Indivisíveis
Quando éramos três
De uma só vez
Paulo Roberto Andel, 26/09/2006
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