Agora, início de nublada tarde na Guanabara.
Não há, no momento, grande ameaça de chuvas, que tanto atormentam os nativos da cidade, principalmente aqueles que fazem das marquises o próprio teto. Parece um dia de calmaria: trânsito de carros escassos, muitos na expectativa de mais uma partida na Copa do Mundo, quase um feriado disfarçado, exceto pelo comércio que não pára, pois vender é preciso.
Junho, das festas, das conquistas.
Chegou o inverno.
Os dias já estavam frios para nós, em nossa capital, desde o outono. As noites também chegaram mais cedo.
As folhas que caíram das árvores foram devidamente recolhidas pelos servidores de limpeza.
Há um certo clima pelos arredores, ora de nostalgia, ora de recolhimento. O frio, embora esse, nosso daqui, não seja genuinamente gelado, humaniza. Flanam os romances de orla, gestos mais comedidos, certa calmaria. Os que podem, vestem-se melhor; mesmo os mais humildes cuidam-se, com seus velhos casacos e gorros.
Será bonito ver Ipanema e Leblon tendo o céu elegante e levemente cinzento, feito nos tempos em que conversava com Pedro Brito nas pedras do Arpoador. Ou ainda, quando Tatiana era linda em meus braços.
Serão três meses de reflexão, quase meditação. Nossos dias de fog londrino chegarão.
Mesmo sem crença, torcerei contra as tempestades e contra as mazelas da pobreza que insiste na cidade, injusta que é.
No mais, pelas noventa noites a seguir, nós todos, de certa forma, estaremos pacientemente brindando nos cafés e cantinas a expectativa da chegada da primavera, com suas novas flores e promessas ao alcance de uns e outros, não de todos.
Não há, no momento, grande ameaça de chuvas, que tanto atormentam os nativos da cidade, principalmente aqueles que fazem das marquises o próprio teto. Parece um dia de calmaria: trânsito de carros escassos, muitos na expectativa de mais uma partida na Copa do Mundo, quase um feriado disfarçado, exceto pelo comércio que não pára, pois vender é preciso.
Junho, das festas, das conquistas.
Chegou o inverno.
Os dias já estavam frios para nós, em nossa capital, desde o outono. As noites também chegaram mais cedo.
As folhas que caíram das árvores foram devidamente recolhidas pelos servidores de limpeza.
Há um certo clima pelos arredores, ora de nostalgia, ora de recolhimento. O frio, embora esse, nosso daqui, não seja genuinamente gelado, humaniza. Flanam os romances de orla, gestos mais comedidos, certa calmaria. Os que podem, vestem-se melhor; mesmo os mais humildes cuidam-se, com seus velhos casacos e gorros.
Será bonito ver Ipanema e Leblon tendo o céu elegante e levemente cinzento, feito nos tempos em que conversava com Pedro Brito nas pedras do Arpoador. Ou ainda, quando Tatiana era linda em meus braços.
Serão três meses de reflexão, quase meditação. Nossos dias de fog londrino chegarão.
Mesmo sem crença, torcerei contra as tempestades e contra as mazelas da pobreza que insiste na cidade, injusta que é.
No mais, pelas noventa noites a seguir, nós todos, de certa forma, estaremos pacientemente brindando nos cafés e cantinas a expectativa da chegada da primavera, com suas novas flores e promessas ao alcance de uns e outros, não de todos.
(Paulo Roberto Andel, 06/21/06)
No comments:
Post a Comment