Tuesday, December 28, 2010
Thursday, December 16, 2010
PONTOS DE VENDA DO LIVRO
Arlequim Livraria
Praça XV de Novembro 48
Paço Imperial – Centro
Timbre Livraria
Shoppinga da Gávea 2º Piso Loja 221
Só Tricolor – Flamengo
Rua Senador Vergueiro, 44 Loja A
Flamengo
Só Tricolor – Tijuca
Rua Santo Afonso, 153 Loja H
Argumento Livraria
Rua Dias Ferreira, 417
Leblon
Blooks Livraria
Praia de Botafogo, 316 Loja D/E
Galeria do Arteplex Botafogo
Bolívar Livraria
Rua Bolívar, 42 Loja A
Copacabana
Beco das Letras
Rua General Tibúrcio, 83 Loja 14
Urca
Moviola Livraria
Rua das Laranjeiras, 280 Loja C
Laranjeiras
Empório das Letras
Rua do Catete, 311 Sala 202
Largo do Machado
Ou ainda nos links:
http://www.7letras.com.br/destaques/do-inferno-ao-ceu.html
http://www.travessa.com.br/DO_INFERNO_AO_CEU_A_HISTORIA_DE_UM_TIME_DE_GUERREIROS/artigo/4dcf0445-b80b-43e4-a4e9-f6e5dc2ba2cd
PRO FREITAS
I
Não tomei um drinque com o Freitas.
Não conversamos por horas e horas sobre livros e textos e versos como era devido, justo e merecido.
Vez ou outra, nos tempos do Globoonliners, lá estava ele fazendo algum elogio até exagerado sobre algo que eu tinha escrito, geralmente em frases curtas e impactantes. Gostei; legal ver que alguém com enorme verniz literário se identificasse com alguma idéia minha. Então era isso: um comentário, um ou outro e-mail, uma troca leve mas bastante rica. Tempos depois, fecharam a comunidade, lá fomos nós para o Bloguispóti e o contato foi rareando, mas sempre uma luzinha do farol longe alumiava a caixa de correio eletrônico.
A vida corre, os dias escorrem rápido pelas tubulações e, sei lá o porquê, pensei em mandar pra ele a divulgação do meu livro na segunda-feira passada, mas não o fiz: podia parecer auto-promoção, enfim. Devia, mas não fiz.
Hoje de manhã, minha querida amiga Lau me escreve contando da passagem do Freitas na mesma segunda-feira em que pensei nele.
Não tenho crença, não tenho fé, mas tudo isso que nos cerca deve fazer algum sentido, ao menos em minha matemática cabeça. O sentido da falta de alguém que não se fez presente de forma material em minha mesa ou meus bares ou mesmo na maravilhosa arte da conversa-fiada por telefone, mas que certamente contribuiu para a minha confiança em publicar fisicamente pela primeira vez – e talvez seja este o grande papel dos homens de letras: semear confiança para que outros escrevam mais e mais; transmitir; dividir.
O Freitas era – e é – rubro-negro fanático e me incentivou, direta e indiretamente falando, a fazer um livro que fala do meu amado Fluminense. Não há mais dúvidas: é um Fla-Flu e, por isso, tudo faz algum sentido.
Talvez sem saber, com certeza sabendo de alguma coisa, a semente que ele ajudou a germinar ai está.
Fica o abraço de sempre.
II
Poemas Neoconcretos II
verde verde verde
verde verde verde
verde verde verde
verde verde verde erva
(Ferreira Gullar)
Paulo-Roberto Andel, 16/12/2010
Monday, December 13, 2010
Tuesday, December 07, 2010
Wednesday, December 01, 2010
INCLASSIFICÁVEIS
que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?
que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?
aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes
orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs
somos o que somos
inclassificáveis
não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não há sol a sós
aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.
somos o que somos
inclassificáveis
que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?
não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não tem cor, tem cores
não há sol a sós
egipciganos tupinamboclos
yorubárbaros carataís
caribocarijós orientapuias
mamemulatos tropicaburés
chibarrosados mesticigenados
oxigenados debaixo do sol
Arnaldo Antunes